Resenha de Clássicos - O MORRO DOS VENTOS UIVANTES

Editora Martin Claret
430 páginas
Tradutor: Solange Pinheiro
Gênero: Romance - Literatura Estrangeira
Avaliação de zero a dez: dez!


Esse livro é um clássico da literatura inglesa e tem um bom motivo para isso. Sabe aquelas histórias em que os mocinhos e mocinhas não são tão certinhos, tão preto no branco, praticamente normais? Pois bem, essa é uma dessas histórias.

O que faz dele um clássico? Primeiro porque foi o único livro escrito por Emily Bronté, sob um pseudônimo masculino, afinal de contas, nessa época mulheres não tinham muita opção no trabalho e nem eram consideradas muito aptas para qualquer coisa que não fosse a execução de tarefas domésticas ou a publicação de poemas. Ah, o livro foi publicado em 1847.

O livro conta uma história de amor atípico, regada a ódio e vingança, a construção de seus personagens é tão marcante e tão bem estruturada que acabou sendo considerada “a mais intensa história de amor já escrita na língua inglesa”. O estilo de Emily é único, na sua época haviam romancistas com características fortes e de grande aceitação, como foi o caso de Mary Shelley, autora de Frankstein, no entanto, 

O Morro dos Ventos Uivantes é uma história sombria, sem o lado macabro. Quando a história começa você se apaixona pelos Cathy e Heathcliff, que pertencentes a classes sociais opostas se amam intensamente, apesar de todos os obstáculos, se tornando quase um Romeu e Julieta. Quase.....

Com o desenrolar da narração vamos tomando consciência de que os personagens não são tão corretos ou de caráter tão firme, aparecem o desprezo, a ambição, a possibilidade da escalada social, o reconhecimento público e o esquecimento de promessas e raízes. As decisões tomadas pelo casal ou por aqueles que o cercam geram consequências terríveis, revolta, paixão, ódio, um certo quê de fantástico, tudo muito realista e por assim ser, o final também o é.

Você deve torcer muito e esperar o inesperado.


Histórias tão boas assim normalmente dão ótimos roteiros, é o caso desse livro. Emily Bronté nunca poderia, em seus dias, imaginar o impacto de sua obra e o alcance que ela teria sobre o mundo literário e sobre todos aqueles que a leriam. 

Seu livro foi adaptado mais de vinte vezes para o cinema, rádio e TV, sendo que a versão de William Wyler de 1939, estrelada por Merle Oberon como Cathy e Laurence Olivier como Heathcliff, foi indicado para 7 categorias do Oscar e é considerado um dos grandes clássicos do cinema até os dias de hoje. Fizeram outras versões mais recentes, em 1992, com Juliette Binoche e Ralph Fiennes e outras ainda mais novas, mas nenhuma é tão forte e conserva tão bem os sentimentos como a de 1939.

Em uma noite de tempestade intensa, um viajante perdido (Mander) consegue abrigo onde vive uma amargurada família. Assim que se recolhe aos seus aposentos, o hóspede vê o fantasma de uma mulher chamar por Heathcliff (Olivier), o dono da casa. 
Ao ser avisado do ocorrido, Heathcliff corre para fora, ignorando a tempestade de neve, para encontrar o fantasma de sua amada. A criada da mansão (Robson) passa então a contar ao visitante a estranha história de amor entre Heathcliff e Cathy (Oberon). 

Ótima adaptação cinematográfica da novela de Emily Brönte, quase sempre mais lembrada pelo seu lado românico, com o triângulo amoroso entre Heathcliff, Cathy e Edgar (aqui vivido por David Niven). Mas a história também tem muitos elementos góticos e aterrorizantes. 

Vale muito a pena ler e assistir, você não vai se arrepender, garanto.

Lavínia Teixeira (instagram @lavs61)










Comentários